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Quem é o Povo Cigano na Umbanda?

O Povo Cigano na Umbanda representa espíritos de antigos ciganos desencarnados que, após sua evolução espiritual, escolheram trabalhar na caridade, orientando e ajudando os consulentes. Eles carregam uma vibração única de liberdade, alegria, amor, prosperidade e magia.

Não são orixás nem exus, mas sim uma linha à parte, que costuma ter seus próprios dias de trabalho em muitos terreiros.

Características dos Ciganos Espirituais

• Linguagem: Falam com elegância, muitas vezes com sotaque ou palavras de origem romani. São diretos, mas com suavidade.
• Vestimenta espiritual: Roupas coloridas, lenços, saias longas (para ciganas), camisas de babado, joias, flores no cabelo, moedas e lenços na cabeça.
• Ferramentas mágicas:
  • Cartas de baralho (muitas vezes o baralho cigano).
  • Cristais.
  • Pêndulos.
  • Velas coloridas.
  • Vinho, frutas, moedas.
• Cores predominantes: Vermelho, dourado, roxo, azul — sempre com muito brilho e energia.

O que o Povo Cigano trabalha?

• Amor e relacionamentos: Equilibrando emoções, ajudando a atrair amores verdadeiros e curando feridas emocionais.
• Prosperidade e finanças: Abertura de caminhos materiais e atração de boas oportunidades.
• Libertação e leveza: Ajudam a quebrar padrões de aprisionamento emocional ou mental.
• Magia natural: Utilizam elementos da natureza e rituais espirituais com muito respeito.

Ciganos e Ciganas mais conhecidos na Umbanda

• Cigana da Estrada
• Cigana Esmeralda
• Cigana Sulamita
• Cigana Sarita
• Cigana do Oriente
• Cigano Panamá
• Cigano Pablo
• Cigano Wladimir
• Cigano Igor

Ponto Cantado para o Povo Cigano

“Cigano vem de longe,
com sua saia a rodar,
trazendo luz e esperança
pra quem quer se libertar.
Salve o povo cigano,
que vem pra ensinar,
com seu baralho, seu encanto
e o dom de amar!”

Saudação tradicional:

“Optchá!” – saudação cigana, que significa alegria, luz e força.
(Pronuncia-se “óptiá”)

Oração simples ao Povo Cigano

“Salve o povo cigano!
Que a liberdade, a sabedoria e a alegria dos ciganos
estejam sempre presentes na minha vida.
Que nunca me faltem coragem, amor e fé.
Optchá!”

O Povo Cigano na Umbanda nos ensina a viver com leveza, a buscar a verdade do coração e a respeitar os ciclos da vida com liberdade e sabedoria.

Quem é Zé Pelintra?

Zé Pelintra é um espírito de luz que se manifesta como um malandro — figura típica da cultura popular brasileira, especialmente do Rio de Janeiro e do Recife (onde o culto a ele é muito forte). Na Umbanda, é considerado um guia da Linha dos Malandros, e às vezes transita entre a linha dos Exus ou dos Baianos, dependendo da tradição do terreiro.

• Aparência espiritual: Terno branco ou risca de giz, gravata vermelha, chapéu panamá, sapato de bico fino e um copo de bebida (como cachaça ou cerveja).
• Símbolos: Chapéu, bengala, cigarro/cachimbo e o jogo de cintura.
• Expressão marcante: Mistura de elegância, esperteza e respeito.

O que representa a malandragem?

A malandragem não é vagabundagem. Na espiritualidade, a malandragem representa a habilidade de vencer as dificuldades da vida com inteligência, coragem, bom humor e jogo de cintura — sem maldade. O malandro espiritual é aquele que conhece os caminhos da vida e sabe ensinar sem julgar.

Zé Pelintra ajuda especialmente:

• Pessoas sofrendo injustiças ou perseguições.
• Quem busca equilíbrio entre a matéria e o espírito.
• Aqueles que lutam contra vícios, dívidas, desânimo ou depressão.
• Quem precisa de proteção em ambientes urbanos e energias pesadas.

Zé Pelintra na Umbanda

• Atua como mestre, conselheiro e protetor, principalmente dos marginalizados e injustiçados.
• Trabalha com cura, descarrego, abertura de caminhos, resolução de conflitos e proteção em ambientes de alto risco espiritual (como bares, ruas perigosas, etc).
• É conhecido por seu jeito alegre, brincalhão, firme e justo.

Ponto Cantado Tradicional:

“Zé Pelintra é malandro,
mas é malandro de fé
Ele vem de chapéu branco
e gravata no pé
Ele é rei da boemia
defensor dos filhos seus
Malandro que é malandro
só se curva pra Deus!”

Oração curta para Zé Pelintra:

“Zé Pelintra, mensageiro da luz,
guarda os meus passos, ilumina meus caminhos.
Dá-me sabedoria para vencer com justiça
e humildade para aprender com a vida.
Laroyê, Seu Zé!”

Zé Pelintra ensina que fé e elegância podem andar juntas, e que viver bem não é sobre luxo, mas sobre respeito, sabedoria e dignidade.

Quem são os Exus?

• Exu na Umbanda é um espírito que trabalha na linha de frente, abrindo caminhos, protegendo os terreiros e os filhos de fé, e fazendo a “ponte” entre o mundo material e o espiritual.
• Ele não é o mesmo que Exu orixá do Candomblé — na Umbanda, Exu é uma entidade, não um orixá.
• Trabalha com firmeza, às vezes com jeito brincalhão ou desafiador, mas sempre com o propósito de ajudar.
• Está ligado à Lei e à Justiça, e também à energia do movimento e das trocas.

Características:

• Fala direta e sem rodeios.
• Usa capa, chapéu, às vezes charuto ou tridente como símbolos.
• Trabalha muito com descarrego, corte de demandas e abertura de caminhos.
• Cores: Preto e vermelho são os mais tradicionais.

Exus conhecidos:

• Exu Tranca Rua
• Exu Caveira
• Exu Marabô
• Exu Tiriri
• Exu Veludo

Quem são as Pombagiras?

• Pombagira é uma entidade feminina que atua com a mesma seriedade e força dos Exus, mas em aspectos ligados ao amor-próprio, autoestima, relações humanas e questões do coração.
• Também trabalha na justiça, na defesa contra energias negativas e no equilíbrio emocional dos consulentes.
• É poderosa, sensual (não sexualizada como o preconceito tenta pintar), elegante, firme e protetora.

Características:

• Se expressa com vaidade, perfume, charme, mas com seriedade espiritual.
• Trabalha em áreas como relações afetivas, autoestima, amor e justiça emocional.
• Pode usar saias rodadas, vestidos vermelhos ou pretos, batom e acessórios.
• Oferecem lições sobre autoconhecimento e empoderamento.

Pombagiras conhecidas:

• Pombagira Maria Padilha
• Pombagira Cigana
• Pombagira Sete Saias
• Pombagira Rainha
• Pombagira Rosa Caveira

Qual o trabalho deles na Umbanda?

• Proteção espiritual: Defendem contra ataques espirituais, feitiços e obsessores.
• Descarrego e limpeza: Atuam na quebra de demandas e na retirada de energias densas.
• Abertura de caminhos: Na vida material (trabalho, dinheiro, justiça) e afetiva.
• Transformação e justiça: Agem quando há desequilíbrios, trazendo justiça e retorno energético.

Importante:

Exus e Pombagiras não fazem mal a ninguém — mas também não toleram injustiça ou desrespeito. Só atuam com permissão espiritual e dentro da Lei Divina. Por isso, trabalham com firmeza e precisão.

Exemplo de ponto cantado para Exu:

“Laroyê Exu! Mojubá!
Exu é Mojubá!
Ele é guardião de Umbanda,
Ele é força de Oxalá!”

Exemplo de ponto para Pombagira:

“Dona Maria Padilha
Rainha do Cabaré
Quando ela chega na gira
Todo mundo fica em pé!”

Quem são os Erês?

• Erê vem do iorubá iré, que significa “criança”.
• Na Umbanda, os Erês não são espíritos de crianças desencarnadas, mas sim manifestações espirituais que se apresentam com forma infantil para transmitir pureza, espontaneidade e alegria.
• Eles são considerados intermediários entre o médium e o orixá, especialmente em linhas como Oxum (orixá do amor e da doçura) e Ibeji (na tradição iorubá, os gêmeos divinos).

Características dos Erês

• Personalidade: Brincalhões, amorosos, espontâneos e também muito sábios.
• Modo de falar: Infantil, cheio de risadinhas, apelidos carinhosos e cantigas. Costumam usar expressões como “dindinha”, “dindinho”, “tia”, “tio”, “papai”, “mamãe”.
• Alimentos e oferendas: Doces, balas, pipocas, guaraná, brinquedos.
• Cores e roupas: Usam roupas coloridas, laços, fitas, sapatinhos — sempre com muita vivacidade.
• Trabalho espiritual: Desfazem demandas, tiram tristezas, abrem caminhos e trazem leveza ao espírito dos consulentes. Também ajudam em trabalhos de cura emocional e proteção infantil.

Quando trabalham?

• Muitos terreiros dedicam 7 de setembro ou o Dia de Cosme e Damião (27 de setembro) para homenagear os Erês.
• Trabalham normalmente em giras específicas para Crianças, que são alegres, com muitas cores, doces e músicas infantis adaptadas.

Exemplo de ponto cantado para Erês:

“Cosme e Damião, dou doce com prazer
Pra ver criança feliz, pra ver criança crescer
Cosme e Damião, são crianças do bem
Brincam, cantam, dançam, e só fazem o bem”

Erês mais conhecidos:

• Cosme e Damião (às vezes também com Doum, o irmão menor)
• Juquinha, Aninha, Pedrinho, Rosinha (nomes variam conforme o terreiro)

Apesar da forma infantil, os Erês têm profunda conexão espiritual e trazem mensagens muitas vezes difíceis com a leveza e o carinho que só uma “criança de luz” pode oferecer.

Características dos Pretos Velhos

• Aparência espiritual: Costumam se apresentar como senhores e senhoras idosas, com roupas simples (como camisas brancas, saias ou vestidos), às vezes com um rosário ou lenço na cabeça. Muitos fumam cachimbos ou usam ervas.
• Linguagem: Falam de forma calma, com palavras simples e cheias de sabedoria. Muitas vezes usam um linguajar típico, como “minha fia”, “meu fio”, “vô” ou “vó”, refletindo afeto e acolhimento.
• Linha de atuação: Estão associados à Linha das Almas ou Linha de Oxalá, e também ligados a trabalhos de cura, desobsessão, consolo emocional e ensinamentos espirituais.
• Símbolos e elementos:
  • Fumo (cachimbo ou charuto) como elemento de limpeza.
  • Ervas e passes para descarrego.
  • Banhos e rezas de poder.
• Exemplos de nomes de Pretos Velhos:
  • Vovô Benedito
  • Vovó Maria Conga
  • Pai Joaquim
  • Vó Cambinda
  • Pai João de Aruanda

Papel espiritual

Os Pretos Velhos trazem lições sobre paciência, perdão, fé e humildade. Mesmo tendo vivido vidas de sofrimento, escolheram o caminho da luz e da caridade. Eles são excelentes conselheiros, ajudando pessoas em momentos de angústia, conflitos familiares ou emocionais.

Um exemplo de saudação:

“Adorei as Almas!” – saudação tradicional aos Pretos Velhos.

Ponto Cantado Tradicional (exemplo):

“Ô, meu Pai, saravá seus Pretos Velhos
Vêm de Aruanda pra ajudar os filhos seus
Com sua pemba, sua reza e seu cachimbo
Vêm trazendo a luz e a paz de nosso Deus…”

Quem foi o Tupinambá?

Historicamente, os Tupinambás foram um dos povos indígenas mais influentes do Brasil pré-colonial, pertencentes ao tronco tupi. Tinham grande presença no litoral brasileiro, especialmente no século XVI, e resistiram bravamente à colonização. Em muitos terreiros, os caboclos que se identificam como “Tupinambá” são reverenciados como representantes da força ancestral indígena brasileira.

Caboclo Tupinambá na Umbanda

Na Umbanda, o Caboclo Tupinambá pode ter algumas características específicas:

• Linha de trabalho: Atua na linha dos Caboclos, geralmente sob a regência de Oxóssi (orixá da mata e do conhecimento).
• Características: Forte, sábio, direto nas palavras, com profundo respeito pela natureza. Usa elementos simbólicos como arco e flecha, cocar e penas.
• Atuação espiritual: Cura espiritual, desobsessão, limpeza energética e fortalecimento da fé. Costuma trabalhar com ervas e orientações ligadas à natureza.
• Ponto cantado: Costuma ter pontos cantados que evocam sua força indígena e ligação com as matas.

Importância cultural e espiritual

O Caboclo Tupinambá representa o resgate e a valorização dos saberes originários, sendo uma entidade muito respeitada por sua sabedoria ancestral. Seu trabalho está relacionado à justiça, à verdade e à conexão com a terra.

Você gostaria de um exemplo de ponto cantado ou oração dedicada ao Caboclo Tupinambá?